O Caminho Calunga
Os Caminhos do Reino Sombrio de Ticum, um cenário para a edição de 20º Aniversário de Wraith The Oblivion.
Versão em Português-BR│Versión en Español
Por Odin Sama, Alex Pina, Flávio de Luca, Kynni Kayode e Porakê Martins.
Alcunhas: Pretos Velhos, Ikus ou Sábios.
Arcanoi: Castigo, Fatalismo e Connaissance.
Marca da Morte: Calungas apresentam uma aparência decrépita, mesmo que tenham morrido jovens, carregam consigo um ar enigmático e podem possuir uma postura curvada, como se suportassem nos ombros o peso das eras, uma compleição esquelética ou carregar as marcas de várias doenças.
Habilidades Sugeridas: Consciência, Meditação, Empatia, Ocultismo, Enigmas, Erudição, Medicina.
Descrição: Calunga é um termo bantu que originalmente significa “mar”, mas que também pode ser usado para transmitir a ideia de “grandeza” e “vastidão”, relacionada tanto aos mistérios da existência, dentre os quais o maior é a Morte, como com a sabedoria e generosidade dos Espíritos Ancestrais, dos quais os Calungas são reconhecidos como os servos mais devotos.
Os Calungas são os habilidosos curandeiros e guias espirituais do Reino de Ticum, especialmente respeitados por seu discernimento e disposição em prestar ajuda. Possuem a mais árdua missão dentre os Egúns, o que exige uma rara abnegação e desprendimento, pois são os responsáveis por zelar pelo bem estar de seus companheiros, sendo almas caridosas que se colocam em risco lidando com a Sombra alheias e Espectros, assim como reivindicam para si a responsabilidade por interpretar as linhas sinuosas do destino.
Eles representaram a primeira contribuição dos povos de origem africana aos Caminhos de Ticum, tendo sido decisivos para instituir as bases filosóficas do que viria a se tornar o Reino Sombrio de Ticum. Muitos poucos no Mundo Inferior estão dispostos a oferecer o grau de doação que a função dos Calungas exige, o que os torna extremamente respeitados e valorizados. Falangeiros são os agentes diretos do Conselho de Aruanda e dos Espíritos Ancestrais, mas ninguém questiona que cabe aos Calungas o título de mais fervorosos e abnegados servos dos ideais de Aruanda.
Dizem que alguns são recrutados ainda em vida por Baquaras, que os escolhem dentre os mais sábios dentre seus aliados entre os vivos, recebendo ajuda dos Egúns em troca do compromisso de servirem ao Reino de Ticum após a morte. Apesar da maioria aceitar isso como uma missão sagrada, alguns Egúns, em especial os Caboclos, repudiam esse tipo de acordo, uma vez que ele atrapalha a jornada espiritual natural de um Efêmero, dificultando que ele alcance sua Transcendência. Obviamente, Baquaras envolvidos em tais negociações veem acordos assim como a maior das contribuições possíveis para o cumprimento dos ideais representados por Aruanda e os próprios Calungas alegarão que este é um pequeno preço a se pagar para salvar muitas outras almas.
Calungas jovens tendem a oferecer suporte aos Grupos de Resgate que se aventuram longe dos Mocambos de Ticum, as vezes indo até o Ayé, para levar suas visões e lições aos Médiuns aliados. Em tais situações são invariavelmente escoltados de perto por Lanceiros dedicados, uma vez que a perda de um Calunga é uma baixa inaceitável em qualquer situação.
Já Calungas mais experientes costumam ser as aparições mais engajadas nos problemas do Orún, alguns deles dificilmente deixam a segurança de um Mocambo, servindo em tempo integral como conselheiros espirituais e curandeiros, sendo valiosos demais para serem perdidos e muito respeitados e protegidos por todos os demais Egúns, afinal, sua dedicação costuma ser fundamental para manter as Sombras de todos sob controle e os Espectros à distância segura, contribuindo de forma decisiva para que o Mocambo se mantenha de pé. Outros, porém, preferem se fixar no Pântano dos Recém Chegados, um lugar no qual a Tempestade e o Labirinto Verde travam uma batalha sem fim por almas, onde as Coifas acabam se enroscando em raízes aéreas e os Calungas se dedicam a ceifar e cuidar dos Infantes até que possam ser conduzidos em segurança até o Mocambo mais próximo.
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