O Caminho do Falangeiro
Os Caminhos do Reino Sombrio de Ticum, um cenário para a edição de 20º Aniversário de Wraith The Oblivion.
Versão em Português-BR│Versión en Español
Por Odin Sama, Alex Pina, Flávio de Luca, Kynni Kayode e Porakê Martins.
Campeões de Aruanda, eles são os agentes diretos dos Espíritos Ancestrais, eleitos entre os mais sábios e capazes seguidores dos outros seis Caminhos para servirem como guias, fontes de inspiração e patronos das Falanges formadas pelos Egúns que atuam nos diversos Mocambos que compõem o Reino de Ticum.
As Falanges são as unidades básicas da sociedade de Ticum, elas são formadas pelos Egúns, Aparições que se comprometem a seguir os preceitos de um dos Caminhos de Ticum, para manter funcionando os Mocambos, comunidades formadas por almas resgatadas do julgo da Hierarquia e das inúmeras ameaças que rondam o Mundo Inferior.
Falangeiros atuam como patronos espirituais que mantêm unidos os membros de suas Falanges e inspiram os Egúns a se manterem firmes na senda que escolheram, oferecendo o auxílio e inspiração necessários para que superem os obstáculos em seu Caminho e servindo como elo de ligação entre os Egúns e a mítica Aruanda, a quase inalcançável sede do Reino de Ticum.
Inspirados nos Orixás do Reino de Marfim os Falangeiros são a resposta do Reino de Ticum à opressão do Reino de Ferro, são Aparições sábias e poderosas que abandonam suas identidades pregressas e abrem mão de suas transcendências em prol de guiar outros Egúns segundo os ensinamentos dos Espíritos Ancestrais, buscando libertá-los da correnteza que os arrasta para o Oblívio e, finalmente, seguir Rio Acima, rumo a transcendência.
Quando um Egún decide assumir as responsabilidades de trilhar este que o mais singular e desafiador dos Caminhos, ele deve empreender uma jornada até Aruanda, a mítica sede do Reino de Ticum, localizada na confluência entre o Rio Abaixo (Mundo Inferior) e o Rio Acima (Umbra Natural), onde se apresentará para ter seus méritos julgados pelo Conselho de Aruanda, formado pelas veneráveis Aparições que fundaram o Reino de Ticum. Se for considerado digno, ele passará a ser imbuído pelo Axé de um dos Espíritos Ancestrais, as poderosas entidades cultuadas como divindades pelas tradições indígenas ou afro-brasileiras.
Uma vez que um Egún se conecta a essência de um desses Espíritos Ancestrais, ele muda para sempre, deixando de ser uma mera Aparição para se tornar algo mais, um Falangeiro. O processo através do qual Egún se torna um Falangeiro é conhecido como Comunhão. Através da Comunhão as duas metades da Alma de um Egúns são finalmente reconciliadas e as Marcas da Morte que ele carrega podem ser eliminadas, se ele assim desejar. A Comunhão também o confere uma resistência impressionante aos efeitos deletérios do Oblívio e eleva-o a um novo patamar de poder.
Falanjeiros são completamente imunes à Catarse e ao incômodo de ter uma Sombra sussurrando em seus ouvidos. A Comunhão também dobra suas reservas de Corpus, Pathos e Angst, tornando-os muito mais poderosos e resistentes que as demais Aparições e os permitem acessar os Dark Arcanoi que normalmente só estariam disponíveis a suas Sombras. Eles também passam a lidar com Maelstrons como se estes fossem três níveis mais fracos do que realmente são. Assim, um Maelstron de magnitude 6, ao atingir um Falangeiro seria tratado como um de nível 3. Além disso, Falanjeiros passam a ser capazes de absorver Dano Agravados com seu nível regular de Vigor acrescido de dois dados adicionais, o que inclui o dano provocado pelas presas e garras de Espectros e pelos efeitos decorrentes de Maelstrons. Por fim, qualquer teste de Prontidão ou Consciência feito com o objetivo de detectá-los tem sua dificuldade aumentada em +2, um efeito que se estende aos Espectros. E também é bastante comum que possuam Relíquias únicas e poderosas que evidenciem seu vínculo com um dos Espíritos Ancestrais e que o auxilie no cumprimento de seus deveres.
Obviamente, a Comunhão também cobra um preço. Falangeiros possuem uma dificuldade muito maior em acessar as Terras da Carne e só podem se comunicar com os vivos através dos Egúns que venham a integrar uma das Falanges sob sua supervisão. Além disso, todo o Falangeiro possui um tabu, algo simplesmente incontornável para ele. Este tabu pode ser algo simples e até parecer insignificante para os não iniciados como Egúns, mas é considerado uma proibição sagrada que deve ser compartilhada por todos os Egúns sob sua orientação.
A quantidade de Falanges que um mesmo Falangeiro pode orientar, atuando como guia e patrono, depende apenas o poder e da capacidade individual de cada Falangeiro. Desta forma, a influência de um único Falangeiro pode se estender por vários dos Mocambos que compõem o Reino de Ticum.
Embora sejam criaturas extremamente poderosas, Falangeiros não são infalíveis, muito menos onipotentes, oniscientes ou onipresentes. Há um número limitados de Falangeiros para atender as necessidades dos Egúns e inúmeros assuntos que exigem sua atenção. Como seres sábios, eles também compreendem a importância de que cada Egún trilhe seu próprio caminho e aprenda suas próprias lições, intervindo apenas quando se faz realmente necessário e, ainda assim, buscando sempre observar o esquema maior das coisas, o que frequentemente escapa a compreensão dos Egúns. Mais do que algumas Falanges, ou mesmo Mocambos inteiros, já foram conduzidos direto para um fim trágico por Egúns displicentes ou confiantes demais, que contavam com a intervenção de última hora de um Falangeiro após algumas decisões arrogantes ou apenas impudentes. Aruanda não costuma recompensar os tolos.
Conheça os demais Caminhos de Ticum nos links abaixo:
